21 setembro 2013

O movimento do NIPEEA


Retratos de Pesquisas

Martha Tristão
Coordenadora do NIPEEA – CE/UFES

O movimento do NIPEEA (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental) se organiza hoje, a partir de ações diversificadas, estabelecendo uma unidade entre seus integrantes ao nos inserirmos em projetos de pesquisas, processos de formação em Educação Ambiental e numa ecologia política que potencializa e fortalece o grupo. A proposta da exposição emergiu em um dos seminários organizados semestralmente pelo grupo, como estratégia para criar ressonâncias sobre o que estamos produzindo enquanto ciência-política e cultura- natureza.

Mesmo com objetos de investigação/preocupação diferentes entre os pesquisadores do NIPEEA, o grupo se aproxima por afinidades teóricas e metodológicas comuns, por um desejo de tornar o humano mais natural e a natureza mais humana e, como não poderia deixar de ser, por uma amorosidade e afetividade inerentes aos participantes, expressando-se no cuidado de si, do outro e do meio ambiente. O compartilhamento das pesquisas e as orientações coletivas permitem que, ao nos depararmos com o olhar do outro, identifiquemos lacunas e façamos novas descobertas em nossas trajetórias. E, assim tem acontecido nosso movimento com base em muitas leituras e debates, com nossos intercessores preferidos entre Edgar Morin, Bruno Latour, Michel Maffesoli, Michel Foulcault, Gilles Deleuze e tantos outros sujeitos praticantes, sujeitos ordinários, infames e narradores que nos convidam a buscar uma pesquisa narrativa que tenta dissolver a noção de realidade exterior da produção científica em que os fatos estão lá para serem descobertos, colhidos como frutas. Em vez disso, preferimos tratar a realidade pesquisada como surpresas, dobraduras, bifurcações, eventos e acontecimentos.

De modo geral, podemos dizer que as buscas investigativas giram em torno de algumas problemáticas que julgamos necessárias discutir, aprofundar e que perpassam o universo de análise dos projetos, pesquisas e estudos do grupo. Sobre as implicações da globalização cultural hegemônica centralizamos nossas preocupações em elementos que consideram as novas configurações sociais e culturais: as relações pós-coloniais entre os processos globalizadores e comunidades autóctones ou povos ambientalmente vulneráveis; questões de política de identidades, de produções culturais e de ocupação de territórios com ênfase na culturanatureza; o impacto das tecnologias, artefatos e atualização das culturas sobre a produção/fabricação de sujeitos, de subjetividades, de coletivos e de escolas. Como o modo de vida, a cultura e as produções narrativas dos grupos minoritários podem ser introduzidos a partir de Educações Ambientais que tem se revestido para nós, de autopoiética, pós-colonial e pós-crítica? enfim... são muitas perguntas que nos desafiam a continuar pesquisando, pesquisando. Convido a vocês a não olhar apenas, mas a ver com carinho esta AMOSTRA DE PESQUISAS DO NIPEEA.